Todo sentimento que não consigo expressar

Hoje, que hora choveu, que hora fez sol, agora está nublado e, de repente vi que era maio. Um dia comum? sim, um dia comum que eu gostaria que não fosse. Comemoro hoje com palavras escritas que talvez ninguém chegue realmente a ler e se ler, talvez não entenda a dimensão delas. Gostaria que a escolha de não mais sentir fosse como um ralo de pia, que quando cheio de água, para esvaziar, só precisa tirar a tampinha e pronto, uns segundos e não tem mais nada ali. Infelizmente, embora já não transborde como antes, ainda estou cheia. Cheia de perguntas, de lembranças, de sentimentos, da falta, da presença e só fiquei realmente com a ausência de um dia que já comemorei e agora nada.

Acontece que eu temia todos os anos após te conhecer, que um dia você se tornasse apenas dor e depois indiferença. Eu realmente quis muito que fosse você. Quis tanto que ainda dói. Dói porque eu não consegui te soltar e talvez quem eu esteja segurando seja apenas a sua versão que não me deixaria, que me escolheria, mas não é você de verdade porque você se foi, sem olhar para traz, e me deixou cair e quebrar mais, você escolheu, mas não a mim, escolheu ir, sempre escolheu ir sem intenção de voltar.

Hoje, vi que ainda tenho esperanças, só que não as rego mais. A verdade é que no fundo, eu comemoro sim hoje, senão, não estaria aqui escrevendo. E a  verdade é que eu te quero tanto, mas tanto bem. Que seus sorrisos sejam constantes, que seu coração seja brilhante, que seus sonhos sejam vivos e que você esteja indo sempre para mais perto de Jesus. Porque o que eu sinto é genuíno, mesmo que a sua ausência seja esmagadora e a minha ausência seja tão indiferente. Escrevo todo sentimento que não consigo falar. Mas tudo bem também, eu sei que em algum momento isso tudo vai passar. Talvez não tão rapidamente quanto gostaria, mas vai.

E um dia, voltarei aqui, e ao ler, lembrarei do que um dia foi uma tempestade de sentimentos e nem garoa é mais, pois espero a primavera chegar para florescer, e essa chuva que vivo agora seja para regar e não me afogar. É escrevendo que tento não sufocar tudo o que ainda não consigo expressar.