Centelha Azul

Pra falar a verdade, ultimamente tenho andado desligada, desapercebida, desajuizada, tenho andado mais leve. Desligada para as tristezas que eu carregava. Desapercebida para as caras feias lançadas pra mim. Desajuizada correndo atrás do que me faz rir. Ando mais leve porque tenho deixado numa caixa os pesos que insistia em levar comigo por onde eu ia. Percebi que quando estamos bem conosco, as outras coisas são secundárias, e que tudo flui quando estamos determinados a fazer dar certo. Comecei a entender que crescemos e melhoramos todos os instantes, quando fazemos alguém rir ou quando escolhemos sermos melhores.

Vamos falar da beleza? Não, não estou me referindo aos padrões estabelecidos pela sociedade, estou falando da beleza em si. Já reparou no brilho do sol ao bater nas águas do mar? No verde da copa das árvores ou até mesmo naquela árvore sem folha alguma quando é outono? Veja bem, há beleza até numa árvore morta, que um dia já foi uma muda, cresceu e quem sabe até deu frutos, ela foi vida abundante e mesmo depois de morrer, continua firme, porque suas raízes um dia foram fortes e profundas, e que continua a contar sua história e desafia a imaginar tantas outras, que talvez seja lar, que talvez seja um presente do passado para nós. Nas noites de céu sem nuvens, já viu como o universo se mostra pra você sem reservas? Já parou para observar o que você tem ignorado a tanto tempo? Que há beleza em tudo, até nos dias cinzas... Já parou pra ver uma borboleta voar? É uma dança desajeitadamente cativante, ela não vive muito, mais aproveita todo o seu tempo explorando e sendo livre. Já faz a...