Centelha Azul

Nem sempre é fácil deixar algo para trás, principalmente se em algum ou vários momentos houve alegria, nos apegamos de uma forma que, abrir mão do passado para viver o que está por vir é doloroso. Mas, chega uma hora que precisamos escolher se abrimos mão do velho ou não. Abrir mão nem sempre quer dizer esquecer, mas não ficar preso ao momento que já passou e deixá-lo ser o que deve ser: uma lembrança. Talvez seja algo tão lógico, mas eu sei, nem sempre é fácil dar passos em direção ao desconhecido, pois é isso que o novo é, um grande desconhecido, é onde as possibilidades se encontram e onde devemos rumar para viver grandes histórias. Sim, eu disse grandes histórias, porque todas são grandes ao seu modo. Mas não se pode segurar algo novo quando nossas mãos estão ocupadas, e não é algo que outros possam fazer por nós mesmos, aqui habita a escolha. Não existe a possibilidade de Deus nos tirar algo bom para não nos dar algo melhor, mas, até entendermos isso, sair do que está ...

Sonhar é algo que vai além de fechar os olhos, e nesse mundo de inconsciência momentânea viver coisas. Sonhar tem sim haver com fechar os olhos, mas acontece conscientemente, no mundo real, é planejar, almejar, desejar e o que está ao nosso alcance, realizar. A questão que problematiza sonhar, não está em não poder ou querer sonhar, afinal sempre desejamos o que achamos ser incrível viver, está em vivermos inúmeras frustrações e ter medo de que aconteçam de novo, de novo e de novo. Algumas pessoas conseguem superar, outras não tem tanta facilidade. Frustrações fazem parte da vida, afinal, não vivemos de acertos sempre, muito menos acertar de primeira todas as vezes, mas sempre tem aquelas áreas delicadas, em que as feridas custam a cicatrizar e o receio de abrir e ser pior acaba dando as caras, isso resulta em medo de sonhar. Sim, medo de sonhar, pois os sonhos são construídos como se nascessem em nós, mesmo que não possamos, a olhos humanos, de alguma forma fazer acontecer...